sábado, 27 de julho de 2024

LGBTs PALHAÇOS

Após saber algumas considerações a respeito da abertura das Olimpíadas em Paris, mais especificamente críticas sobre drags e gordos e lgbt, resolvi colocar no meu próprio espaço o que eu penso sobre esse posicionamento.

Chamou-me a atenção que até dias atrás uma pessoa chegou a criar um viés cartunesco lgbt, dizendo que imaginou um personagem em tons de branco, preto e cinza, chamado Marco Íris, que convivia no meio dos amigos coloridos sendo ele o único não-colorido. Além disso, Marco Íris usaria algum assessório feminino, e as amiguinhas, algo masculino. Ele achou a ideia maravilhosa. Detalhe: defendeu que os personagens fossem... crianças!!

Quer dizer que a comunidade lgbt pode ser usada como palhaços de circo pro humor, para divertir, para provocar o imaginário criativo, ainda que descabido e invasivo, mas para algo sério e polêmico como a religião, aí já serve?! Ah... 

É claro que há quem ficou escandalizado. Por essas pessoas, continuaríamos todos trancafiados dentro um armário. Imagine que heresia, colocar homossexuais e travestis e drags e gordos envolvendo religiosidades, sacramentos, divindades. Fim do mundo! 

Calma, não estou atirando pedras. 

Qualquer pessoa como eu, que não sou militante nem fico querendo que todo mundo siga cartilhas e manuais, sequer falaria um "A" sobre tudo isso. Apenas guardaria tudo para si e teria seu "retrato" da sociedade atual a respeito. Eu apenas decidi falar. 

Simplesmente acho que não teve necessidade essa apresentação desse jeito como fiquei sabendo (eu não assisti), mas também não considero algo tão ultrajante assim. Qual é o problema, afinal? Em nenhuma produção conseguem retratar fielmente os personas bíblicos, sempre falham em alguma coisa, mas parece que fazer uma versão lgbt é o fim. Até parece que essas pessoas moram na Igreja e vivem a santidade em todo santo dia de suas vidas. 

Essas pessoas tomam hóstia de um padre que, antes da missa, fez um homem gozar de tesão, ou ele mesmo gozou em um coito clandestino, guardado a sete chaves, tendo uma mulher ou um homem como cúmplice. 

Sabem quantos padres com menos de 50 anos ficam sem dar "umazinha" atualmente no Brasil? Acredito, no meu poço infinito dos achismos, que nenhum. 

E muitos são gays. Sim. Homem X homem.  A mão pegando o carvalho duro do outro, sentindo o cheiro das partes dele, de cada pelo de lá, esfregando o carão naqueles pelos, engolindo a berinjela até chorar ao senti-la percorrer todo o esôfago. E vai engasgar, vomitar, ficar sem ar, mas não vai soltar a berinjela. Tem que enterrar ela bem lá no fundo.

Esse é o tal padre, atualmente. 

Sabe, o mal das pessoas é que se acostumaram a cagar regras. Ninguém reclamou da Celine Dion e Lady Gaga, cuja escala para serem atrações não faz o menor sentido. Ninguem reclamou da chuva que vai deixar muitos doentes. Mas botou uma pinta lgbt... Ai! Nossa!!

Isso me lembra a fala do Gianecchini quando até o povo lgbt vem falando o que ele "tem que" fazer para convencer mais no papel de Drag. Ele argumentou que ninguém reclamou quando interpretou um vilão abusador religioso numa série da Netflix. Não o considero um espetáculo como ator, mas errado ele não está. 

A humanidade está vindo com um número cada vez maior de pessoas estéreis.  Quero ver esse povo reagindo na época em que cientistas desenvolverem um feto e uma gravidez completa, inclusive com parto, sem precisar de um ventre materno, pois muitos falam em evolução, mas ficam desnorteados ao menor sinal de algo fora do que acham comum. 

O Papa foi lembrado em um comentário. O Papa acha que pessoas que passaram por intervenções na medicina, para passarem a existir plenamente, não são filhos de Deus. Interessante, lembrando que muitos, hoje em dia, só existem porque foram concebidos via inseminação artificial, em vez do coito natural.

Mais uma vez, eu digo: não estou atirando pedras. Espero que essas palavras tenham um poder reflexivo, nunca julgador, impositivo, inquisidor. Eu "tô de boa". 

Mas isso me fez mudar de ideia em relação aos desenhos do Marco Íris. Primeiro, por se trarar de um personagem criança envolvido em âmbito lgbt, usando coisas de mulher e falando em sexualidade, pois dizer "sou assim porque minha mãe ficou excitada demais ao assistir 50 tons de cinza" remete à sexualidade. E depois, essa história de querer o lgbt pra graça e diversão, mas rejeitar quando o assunto é serio, é o mesmo que achar que sirvo pro bem-bom, mas corre de mim se me vir na calçada n'outro dia. Além disso, estou repleto de coisas a fazer. Estou lidando com pessoas próximas adoentadas, muito graves, e parece que sou um dos poucos porto-seguro que elas têm para se agarrarem. Não. Isso não é lindo, pois não tenho condições nem estrutura. Isso me desgasta e me joga uma responsabilidade que eu não mereço. Depois de uma vida inteira de raiva e frustrações, eu mereço dias tranquilos. 

Não assisti a essa abertura, aliás,  porque estava ocupado. Ultimamente, quando vejo que posso evitar algo que não me interessa, assim eu faço. 

Eu me lembro como se fosse ontem, um ser trevoso mostrar-se surpreso, perplexo ao me ver me divertindo feliz da vida ao fazer videos mostrando meu álbum da Copa do Mundo no Qatar, mostrei a tal figurinha dourada do Neymar, que eu tirei de dentro de um pacotinho. E ele falando impropérios na maior naturalidade, me rebaixando, pois onde já se viu eu, um gay que nem acompanho futebol, me interessar por Copa do Mundo a esse ponto?

Eu não sabia que havia um manual de instalação para a programação da minha vida. É cada uma, que parece duas! 

Enfim... chega de escrever. Não se ofenda, meu amigo. Eu gosto de você.  Eu apenas estou usando, aqui, a mesma liberdade de me expressar que você usou lá no seu espaço e eu preferi respeitar. Um abraço.

6 comentários:

  1. Primeiro, vamos dar nomes aos bois, ou melhor, ao jegue que eu sou. Claro, nesta postagem você fala de mim, do personagem imaginado a partir de um trocadilho e da minha opinião sobre a abertura dos jogos olímpicos. Há uma linha a costurar tudo o que disse e imaginei que é o humor. Como disse em uma resposta que dei, para mim o humor pode tudo ou quase tudo. Então imaginar um menino em preto e branco e nome que lembra o arco-íris é uma boa piada (minha opinião!). Como tenho uma mente meio doentia, cheguei a pensar nesse personagem, um menino heterossexual inexplicavelmente vestido com roupas femininas. Mas não tive a intenção de continuar nesse delírio por não saber desenhar nem com paciência para pensar em piadas de quinta série (porque são essas as minhas prediletas). Usando uma frase do Ariano Suassuna, “Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver”. E isso é que me guia. Eu gosto de rir, de tentar fazer rir, de imaginar piadas e trocadilhos horrorosos e eventualmente politicamente incorretos, porque o humor para mim nunca é engraçadinho, bonitinho. Ele tem que chegar rasgando, inesperado.
    Mas nunca com a intenção de ofender ninguém – mesmo que muitos, montados em seus preconceitos e crenças, possam se sentir ofendidos. Assim, eu me permito pensar qualquer asneira que surgir na minha cabeça, por nunca ter (repetindo) a intenção de ofender nenhum CPF ou pessoa física (só faço exceção para políticos “do mal”).
    Essa é a origem de meus comentários e sentimentos em relação ao que vi na abertura dos jogos de Paris. Muitas ideias que pareciam ser ótimas e criativas sacadas revelaram-se entediantes, bregas ou ofensivas. Transformar a cidade em um grande palco revelou-se para mim um equívoco, pois os shows e performances aconteciam simultaneamente à passagem das embarcações. O desfile das delegações pelo rio Sena acomodadas em 98 barcos de vários tamanhos e que parecia uma ideia genial revelou-se chatíssima e muito demorada.
    O espetáculo de luzes, bacaninha no início, ficou brega (para mim!) e desinteressante. A tentativa de mostrar e valorizar a cultura francesa, mesmo que justa, mostrou-se sem graça ao exibir desfile de modas na passarela onde drag queens faziam performances. As drag foram muito mais interessantes. A parte que considerei potencialmente ofensiva para os cristãos foi a recriação da “santa ceia” com drag queens que ficaram apenas sentadas, sem fazer porra nenhuma. Qual o sentido disso? Por isso, pela total falta de humor nesse quadro, eu o considerei apenas ofensivo e sem graça.
    Em resumo, muitas ideias, poucos acertos, pouco interesse.
    Pensei em transformar este comentário em nova postagem, mas desisti, por não estar interessado na opinião de ninguém (exceto a sua, caso queira comentar). Ia pedir para não publicar esta longuíssima resposta, mas também mudei de ideia. Publicá-la ou não é opção sua. Estou arrependido do que disse antes? Não. Abraços.

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    1. Se lhe é um consolo, no YouTube chove de pessoas que estão arrumando argumentos para focar nas drags e na questão LGBT. Por mim, nem deveriam ter colocado isso, acho uma palhaçada ter que inserir sempre algo voltado para todos e todos e todos, seja aos deficientes auditivos, visuais, intelectuais, seja para a população lgbt, seja para os gordos e obesos, seja para os favelados, seja para os vitimados disto ou daquilo que têm suas superações, acho isso uma perda de tempo, porque mostrar personagens ali não representa nada sobre o que é a vida real diária de cada um, suas lutas e seus sacrifícios. E quem fala para todos não fala a ninguém e ainda dá espaço para extremistas conseguirem mais seguidores. No fundo foi isso o que fizeram. Uma grande provocação proposital ao extremismo. Eu, como gay, estou cagando pra esse evento esportivo, estou cagando pra religião, pro Papa, estou cagando pra tudo isso. Mas quando vejo postagens e mais postagenss se multiplicando, como se a questão LGBT fosse algo grave porque ofendeu demais a tal religião que comporta mais LGBT do que nunca vivendo dela, eu me sinto no direito de usar a mesma liberdade de expressão para me manifestar.
      Sobre o seu desenho, você deixou bem claro o mote do Marco Íris e só não levou isso por conta próprioa porque você é o cara que não quer fazer nada que lhe comprometa nem contra nem a favor desta ou daquela causa que podem levar para cunho político. O humor perde a graça quando vemos que fora dele a pessoa rejeita a questão como uma barata que deve ser evitada de seu convívio. Afinal, se as drags estivessem fazendo palhaçada, talvez alguns gostariam. E eu não sou obrigado a ter interesse em algo que não me representa e pode ser um problema. Se você tem tanto interesse, faça você mesmo.

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    2. Acho que você continua fazendo julgamentos equivocados, mas não vou me estender sobre isso. Sou fã de drag queens, acho fascinante e exótico esse mundo, curto muito os programas do RuPaul, sou fã da Gloria Groove, tenho sobrinhos gays, parentes lésbicas e acho que são melhores pessoas que os hetero que são seus irmãos. Esqueça o Marco Íris, foi só uma piada que não tive saco para desenvolver em HQs, só isso.

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    3. Acho que equivocado está o nobre amigo, achando que estou julgando. Tudo bem se não quer refletir. Direito teu. Que você ache as Drags e os programas que nem eu tenho saco de assistir algo bom pra você, isso não me interessa. O mundo não é lgbt, não é um arco-íris e gays não são mero entretenimento.
      Fique tranquilo. E não deveria ter apagado toda a sua postagem.

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  2. Olha, eu até queria dar uma opinião mas parece que aqui é só um diálogo de dois...rs

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    1. Queria saber a opinião. Fiquei curioso.
      Quanto a ser a dois, impossível, vez que a outra parte apaga os vestígios. Por que será que fiz uma postagem desse tamanho então? Deve ser doideira...

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