Jotabê, escritor do Blogson Cruzoe - o blog da solidão renovada, está com seus três ebooks gratuitos na Amazon. São eles:
https://www.amazon.com,br/dp/B0BZD9C63S/
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Cristo,
É isto
O que tenho
Para minha vida.
Pouco posso compreender.
É nessas horas
Que me lembro
De você.
Que veio pregar o amor,
O entendimento,
A paz, a tolerância.
E recebeu a dura pena
Da morte com muita dor.
Verdadeiro horror
Cristo,
O único.
Nada se compara a você.
Ajuda-me naqueles momentos
Que não consigo compreender.
Traga-me o descanso,
O acalanto,
Quando eu precisar.
Quero me desestressar.
A minha alma quer descanso.
Quer se tranquilizar.
Esta é uma postagem mimizenta, é para ser levada na zoeira.
Tio Dudu, estou compartilhando minha janta de hoje.
Arroz, feijão, a frigideira será para os omeletes. Salada de alface com tomate e rabanete. Aquilo na vasilha são alguns adereços que irá na omelete, em geral são temperos.
Na postagem anterior sobre este assunto, falei do meu hábito (ou vício) de andar muito, o que me faz ter receio de estar provocando um desgaste em meu joelho. Ao fim da postagem, deixei claro que o processo da desviciação não parava aí. Agora vou explicar o que mais faz parte dele. Vamos lá!
Parar de andar os longevos quilômetros me deu cerca de seis quilos a mais. Dos 99 a 100kg, saltei para 105kg - e se eu não tomar cuidado, aumento mais, vez que sou bom de garfo. Não como muito durante o dia. Meu café da manhã consiste em café com leite desnatado, cafezinho preto e dois pães franceses com pouca margarina.
E pensar que sempre torci o nariz para o leite desnatado. Hoje não consigo tomar o integral.
Geralmente não almoço, pois tomo esse café em horário de almoço. Minha caminhada é por volta das quatro da tarde. Ela não é diária, ocorre de duas, no máximo três vezes na semana. Já foi mais frequente no passado, mas é melhor como está.
Como deixei claro na postagem anterior, descanso em um shopping e volto para casa de ônibus, não mais a pé. Quando estou no shopping, por volta das 17h30 ou 18h, adquiri o péssimo hábito de comer algo em uma rede de salgaderia onde o povo faz até fila.
Normalmente escolho dois salgados. Não preciso de mais que isso. Não bebo líquido, pois compro o segundo salgado com o dinheiro do líquido. Carrego sempre uma garrafinha de água.
Esse hábito é que pretendo me desviciar. Às vezes eu os troco por um sorvete barato do Méqui, às vezes por amendoins das lojas americanas, e há ocasiões em que não saboreio simplesmente nada, apenas minha água - mas essas ocasiões têm sido poucas, quase raras.
Vou ter que me desviciar desses salgados. Verei qual será o impacto. Antes, eu nem me importava em engordar por causa deles, pois eram surreais de tão gostosos, mas passou um tempo e hoje não os considero mais aquela coisa toda. Não sei se me acostumei ou se percebi tarde a perda da qualidade. Antes, parecia que foram feitos por anjos. Agora percebo uma massa comum, sem nada demais, e muitas vezes me passam os mais morenos ou os que não deram tanto certo. Aqueles sachezinhos de maionese e catchup, quando me dão, muitos não abrem. Se a gente vai reclamar, pedir para trocar alguma coisa, as mulheres ficam com cara feia e conversam umas com as outras na base da indireta. É foda...
Já pensei em reclamar na rede, mas este é um shopping bem frequentado por pessoas que podem fazer isso, até com maior embasanento que eu (doutores, médicos, advogados, etc), por isso acredito que minha reclamação de pé rapado sem profissão daria em nada, principalmente porque vejo o comportamento homogêneo de todos os funcionários. Não vejo uma hierarquia que garanta coisa alguma de verdade.
No fundo, talvez esse seja o motivo que tenho para me desviciar desse hábito.
Eduardo, gostaria de saber qual o problema de se deslumbrar. Se você não depende de outros para limpar suas sujeiras, por que não tornar a vida um tanto menos chata e pesada?
"IA para sem talentos", meu querido, você apoia essa frase do autor e talvez nunca reparou que hoje em dia ninguém mais produz desenhos 2D nos moldes de antigamente. Agora tudo é muito "estio animação Pixar".
Ninguém mais pinta retratos de gente em tela, desde a popularização da Kodak.
Sabe, Eduardo, menosprezar uma classe de pessoas, apenas porque elas gostam de algo que você não gosta, não é legal.
Para uma pessoa com um grande amargor e peso na vida, essas brincadeiras possuem efeitos mais benéficos que 1 ou 2 anos de psicanálise.
Viva e deixe viver, meu caro.
Sou tão deslumbrado por essas coisas quanto você é por uma cueca alheia.
Você precisa conhecer mais das pessoas antes de ficar achando o que elas são e antes de tachar conjecturas sobre talentos. Isso se chama bom senso. Ah, quem escreveu sobre talentos foi o autor. Eu sei.
No lugar de ficar conversando com a gente pela Internet usando alta tecnologia, já que gosta tanto das antigas, sugiro que converse com os vizinhos no portão e esqueça este mundo "inteligente". Essas tecnologias aqui são para pessoas sem talentos, deslumbradas.
Não fique com raiva de mim, Eduardo. Você me mencionou e o que escreveu me envolvendo me fez refletir. Espero que reflita também.
Um abraço.
Entretanto, o estimado presidente Lula caiu no golpe carnicento, pois, apesar de vir fazendo um ótimo governo, como todo ser humano, ele vem cometendo certas gafes devido ao estresse do trabalho. Pra ficar "bonito na fita", tamanho agigantado tornou-se o escândalo, sancionou uma medida provisória isentando os atletas de suas contribuições - o que eu considero péssimo.
Essa medida não teve razão de ser, vez que esse dinheiro arrecadado poderia ir para a pasta dos esportes, até mesmo para algum tipo de fundo de investimento em benefício aos atletas olímpicos, visando as próximas Olimpíadas. O problema era o valor da tributação? Poder-se-ia resolver facilmente, diminuindo-o. Aliás, essa própria medida provisória poderia estipular essa diminuição (drástica que fosse), em vez da isenção.
Cada vez que vejo o cenário político, mais vejo a necessidade de despolarizar esse radicalismo que está acostumado e agora quer se enraizar de vez na Internet para corroer a mentalidade das pessoas. Olhar com bom senso, com equilíbrio, ninguém quer.
Algumas empresas multinacionais superpoderosas estão até hoje sonegando algum imposto. Agora os atletas também - e legalmente!
Coitadinhos. O que é que tem?
E assim caminha nossa humanidade. Aplauda o que você considera uma grande façanha. Pode aplaudir. E não me venham falar em Bolsonaro. Tranquei o ímpio num calabouço e joguei a chave fora! Não cabe usar Bolsonaro a isto (de preferência, a coisa nenhuma daqui pra frente, vez que o atual governo se gaba de ter superado o que o anterior deixou), pois dois errados não fazem um certo.
"De acordo com o COB, nas Olimpíadas de Paris, os medalhistas de ouro, em modalidades individuais recebem R$ 350 mil, os atletas prata ganham R$ 210 mil e quem leva bronze, recebe R$ 140 mil. Para as modalidades em grupo, quem conquista o ouro recebe R$ 700 mil, a prata R$ 420 mil e o bronze R$ 280 mil." - Trecho da matéria no site Agência Brasil.
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-08/premios-em-dinheiro-para-atletas-olimpicos-nao-serao-tributados
O choro é livre e o povo adora tomar gostoso no toba.
Vi no blog do Eduardo o relato de uma traquinagem que ele fez na infância. Ao citar o envolvimento de uma vendinha (daquelas que tinham de tudo um pouco, verdadeiras mercearias), fui tomado pela gostosa nostalgia da minha época de infància, da vendinha que existia nela e de uma coisa parecida que fiz. Eh, Eh!
Eu tinha entre cinco e seis anos, eu acho (mais certo que seis), e a vendinha mais próxima era a do Sô Gusto (Seu Augusto, mas a pronúncia era essa).
Nada mais era do que um bar grande e tão abarrotado de variados itens, que mal conseguíamos transitar. Meu pai sempre comprava coisas lá. Por ele sempre ter sido o tal homem de família trabalhador, comprava pela caderneta. Eh, Eh!
Era comum ele ir comigo e minha irmã e acabar comprando alguns mimos pra gente (paçoquinhas, balas, suspiros, teta de nega, queijadinha...). Claro que não comprava tudo isso. Era uma coisa ou outra. Com o passar do tempo, eu e irmã íamos sem precisar dele e comprávamos nossas guloseimas. Já estava tudo acertado entre meu pai e o Sô Gusto. Ele anotava e depois meu pai passava lá, pra saber melhor (e acabava comprando algo mais). A gente se perdia entre os Mini-Chicletes coloridos, dipiliques, chicletes Pingue-Pong, Ploc com figurinhas do Tom & Jerry, Ploc Monster, chocolates do Fofão (puro hidrogenado da Dizzioli), guarda-chuvinhas, etc, etc e etc. rsrs...
Naquela época, eu já gostava de papel e caneta, de rabiscar, desenhar... Então, vez ou outra, me tapeando bastante, meu pai "tirava" um caderno no bar do Sô Gusto. Eu sempre ia junto, sempre insistindo, querendo, olhando grande para a área dos cadernos, como se eles fossem barras de ouro - e eu, um dos bandidos de La Casa de Papel. Eh, Eh!
Mas o meu pai, tadinho, ele "tirava" sempre os caderninhos mais fininhos, mais basiquinhos, com aquela capinha mole, xoxa e nada atrativa. Acho que mal passavam das quarenta páginas. Eh, Eh!
Percebendo que eu e minha irmã tínhamos ganhado a confiança do homem, um belo dia eu fui lá sozinho, super tranquilo, maior psicopata mirim (zoeira) e falei pro Sô Gusto, que meu pai tinha deixado eu pegar um caderno. Ele até já sabia que caderno que era, então foi direto nos mirradinhos. Eu falei que não era aquele, que ele tinha deixado eu pegar outro.
- Esse aqui? - ele mostrou um outro, até melhorzinho, mas eu balançava a cabeça: "hã-hã".
- Esse?
- Hã-hã.
- Então, qual que é?
Eu apontei o dedo. Ele apanhou o caderno, me deu uma olhada bem diferente, tipo: "Ah, seu malandrinho..." e abriu um sorrisão de um segundo. Só hoje eu dimensiono que o sorriso era porque o caderno custava bem mais, pois era do mesmo tamanho que os outros, só que bem grosso e tinha uma capa mais resistente de papel-cartão com estampa abstrata em preto de laranja, lombada em espiral.
Fiquei feliz da vida com o caderno em casa. Quando meu pai chegou do trampo e se sitou...
Eram anos oitenta - um padrão de rotina e de criação muito diferente em relação aos dias atuais. Hoje em dia, as crianças são verdadeiros reizinhos, comparando com aquela época onde muita coisa era tida como normal. Bater era visto como educar, então era a coisa mais normal do mundo levar un safanões, apanhar em sílabas, de havaianas, de cinto. Bastava um simples olhar pra gelar a nossa alma. Ah, Ah!
Eu não apanhei nesse dia. Em compensação, o que eu ouvi me doeu tanto quanto. Minha mãe já vinha me botando pânico antes: "cê vai ver quando seu pai chegar, cê vai ver só...", e daí foi um escândalo tremendo, sermões que hoje nem me lembro mais, só lembro da sensação de dor, desânimo, uma vontade imensa de jogar aquele caderno fora e só ir deitar.
Nunca mais passei nem perto do bar do Sô Gusto sem estar com alguém, pois meu pai me avisou (depois) que já tinha alertado ele pra não me vender nada, nem uma balinha Ice-Kiss - na época, ela nem existia mesmo, mas já tinha a Chita.
Pra terminar, só alguns anos atrás foi que fiquei sabendo que o tal do Sô Gusto dava uns pegas na minha tia que morava ainda mais perto dele (era só dobrar a esquina). Desses pegas, veio um filho que também nunca soube que ele tinha sido seu verdadeiro pai. Suponho que veio a saber anos atrás (já com quarenta anos) por causa da herança milionária (segundo boatos) a qual teve direito. Deve ser verdade, pois o padrão de vida mudou completamente. A parentada repleta de tios e primos nunca lhe perguntou nada e o banco já me avisou que também não é da minha conta. Eh, Eh!
Foto do site Pexels |
Marcelo estava há duas horas conversando com as vizinhas dos tempos em que sua mãe era viva, isso há cerca de sete anos - não exatos, apenas um tempo estimado, vez que julgava nunca mais colocar seus pés naquele lugar. Achava que não mais poluiria sua visão com aquelas casas simplórias cujo interior conseguia ser pior: tudo modificado em relação à planta real, adaptado no improviso do poço grandioso dos infinitos achismos.
Olhou a casa em que morou por tantos anos, até que ele e seus irmãos deixaram-na apenas para a mãe já viúva, mas nunca saíram de perto dela, pois moravam logo ali. Lembrou-se de quando era criança, da rua que era de terra, esburacada, da calçada constituída apenas pela elevação do território gramado. De muitas casas que nem existiam - eram apenas mato. Do veículo top da época: o cavalo!
Tudo lembrava o passado - a infância, a adolescência, a vida adulta e a sua consciência já madura lhe lembrando de seus cabelos e barbas grisalhos, e que deveria se afastar daquele lugar, para o seu próprio bem.
Assim que a amada mãe fechou os olhos, ele falou "amém" a essa linha de raciocínio.
Os irmãos não o procuraram. Não após ver o casebre aonde anunciou (em uma rede social) morar. Não após ver as mesmas roupas velhas e tortas de sempre, os chinelos básicos, o arroz com feijão de todo dia sendo postado vez ou outra para se mostrar grato a Deus por ter aquela comida naquele dia.
Durante aqueles sete anos de solitude, foi capaz de ouvir no pensamento a voz de um deles:
- Não entendo porque deixar uma casa tão boa onde viveu a vida toda e conhece todo mundo, para se enfiar "nisso daí". Meu irmão não tem jeito mesmo. Quero nem saber se tem algum perrengue. Já bastam os meus problemas.
Após aquele tempo de conversa, os assuntos com as vizinhas foram se acabando e ele mesmo foi se cansando. Uma delas se ofereceu para chamar o Uber, mas ele alegou preferir pegar o ônibus, pois parava em frente à sua casa.
- Você tá naquela casa, ainda? - perguntou a vizinha mais falante e carismática.
- Uma hora dessas, a gente combina alguma coisa lá, pra vocês conhecerem pessoalmente o lugar.
Trocaram meios de contato pelo celular - pois é assim que se encontram as pessoas atualmente, pelos aplicativos de celular - e se despediram com alegria naquela promessa básica de se virem novamente em breve.
Após muito andar, passando por vários pontos de ônibus e não parando em nenhum, vendo-se bem longe dos arredores de onde viveu com sua amada mãe, Marcelo chegou a uma avenida e parou em frente a um estabelecimento comercial conhecido. Então apanhou o celular, abriu um aplicativo e chamou seu motorista particular.
Já durante o trajeto para o apartamento localizado no ponto mais rico da cidade, em meio à conversa com o motorista, onde contava como foram aquela horas com as amigas adoráveis de sua saudosa mãe, eis que ouviu da boca dele a pergunta:
- Por que não chama elas para conhecer o duplex?
Marcelo não hesitou nenhum segundo ao responder:
- Demorei tanto pra conseguir sair daquele lugar... E ninguém nunca se importou em saber como venho me virando. Nada além de mera curiosidade. Quero não, meu querido! Quero não! Sabe quando voltarei a ver essas vizinhas de novo? Nunca.
O motorista deu uma breve risada ao dizer:
- Olha! Nunca diga "nunca". Aprendi com a minha mãe.
- Pois é! Depois de sete anos, olha eu visitando esse povo. Nem eu imaginava.
- O que o patrão quer que eu faça, assim que chegarmos lá?
- Prepare a mamadeira, que logo tem Netflix!
O motorista sentiu uma certa animação enquanto avançava com o sedan já bem próximo ao duplex de Marcelo.