terça-feira, 25 de junho de 2024

UM JEITO DE RECOMEÇAR

Vi um cara no Facebook oferecendo os próprios livros em PDF. Ele me mandou dois e pediu para que eu lhe desse feedbacks. É isso o que todo escritor quer. 

Como sou escritor, sou movido pela curiosidade e mania de ver como é o trabalho de um colega igualmente desconhecido como eu. Posso dizer que às vezes se torna uma espécie de laboratório, pois dá para se aprender algumas coisas. 

Isso aconteceu há algum tempo, ele já sabe meus feedbacks e meu nome deve estar em algum lugar de tiro ao alvo por aí. Mas quero compartilhar essa experiência literária aqui também.

O primeiro livro se chama UM JEITO DE RECOMEÇAR. É nele que vou focar agora. Já aviso que darei spoilers

A estória começa nos apresentando uma moça que vivia uma situação de pais que não se amavam e por isso sempre brigavam, até que um dia o homem matou a esposa e se matou. Ela, herdeira de uma fortuna, precisava espairecer, então foi para o litoral de SP, mais precisamente em "Ubachuva" (Ubatuba) e depois a um local onde tinha uma pousada chamada Piña Colada. A trama se desenrola ali. 

Aos poucos fui me situando de que a moça não era nenhuma coitadinha. Gostei de como o autor fez isso, pois por um momento achei que estivesse tendo um entendimento equivocado sobre ela, mas um acontecimento realmente fez com que tudo ficasse claro (será que sou muito lerdo em perceber algo que pode estar óbvio?). Ela já demonstrava certa antipatia pela mulher que trabalhava lá, principalmente em relação às provocações envolvendo o marido dela, que era o camareiro, mas até então eu passava pano e achava que estava sendo maldoso ou entendendo errado. Até o momento em que ela, estrategista que é, manipulou pro cara sentir a sua "fruta" (o que não foi nada difícil, pois ela soube que ele fazia massagem). O cara percebeu tarde que caiu feito pato. Ela quis usá-lo de novo, mas ele ficou fugindo dela, até o momento em que ela o encurralou. Ali eu vi quem realmente ela era - uma pessoa que não valia nada, pois ela conseguiu fazer com que a mulher dele descobrisse, o culpasse e assim tivessem uma crise conjugal. Ela tramou isso porque a mulher não foi com a fuça dela desde o primeiro instante em que a viu.

O livro mostra várias outras situações onde ela aos poucos vai se engraçando com o filho do Chico pescador. O cara que não passa de um mangina (escravoceta) e matou o próprio pai de bobeira, por influência dela. Por que ela fez ele cometer esse crime? O livro chegou a um ponto em que o Chico tinha pedido a ela para deixar seu filho em paz, pois ele já previa uma tragédia envolvendo o rapaz. É claro que ele nunca ia imaginar que seria morto pelo próprio filho. Ela ficou com raivinha dele e armou uma situação onde mentiu que Chico queria "pegá-la à força e fazer coisas". Achei o cara bem mente fraca a ponto de acreditar tão fácil nela e não pensar um segundo que se tratava de seu pai - um homem sofrido que se viu solteiro e o criou com tanto sacrifício porque a esposa e mãe do rapaz, uma criança na época, logo deu no pé e nunca mais tiveram notícias (pelo menos era isso que falavam, mas esse fato me fez pensar se tinha sido realmente isso o que aconteceu, porém, fica a nosso critério).

Depois que ela aprontou com muita gente - a morte do Chico foi o ápice - ela deu no pé, é claro, antes que desse polícia. Mas ela ferrou até com a vida da dona da pousada, que sempre esbanjou simpatia e a defendeu por aí, nas fofocas do dia a dia. A mulher e o marido tocavam a pousada. Já não eram mais mocinhos, né? Casamento na rotina, eles envelhecidos, descuidados um para o outro... Um rapaz que também estava hospedado lá, achando que a moça dos infernos era sua amiga, confidenciou a ela que estava dando uns pegas no senhor. A diaba armou uma situação em que a mulher flagrou o marido com o rapaz. E foi uma situação tão besta e tão indesejada que, quando eu li, eu quase que gritei: "NÃO VAI NÃO, BOBA! NÃO VAI LÁ, NÃÃÃO!".

Então, o que pensar de uma pessoa dessa, né? O autor me falou em particular que a intenção era mostrar que ninguém era santo, que todo mundo tinha um lado ruim em sua personalidade. É aí que percebo que nós, escritores, às vezes escrevemos uma coisa e os leitores assimilam outra. É meio doido isso. Eh, Eh! Na minha concepção, essa tal de Carol é daquelas que sempre espalha a discórdia e "o pior" aonde passa. O fato dos demais personagens terem seus defeitos não diminui a podreira que ela é.

Ó eu, me envolvendo com as coisas dos outros, com personagens e fatos que nem existem... rsrs... 

Na próxima postagem, falo do outro livro que é totalmente diferente deste.

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4 comentários:

  1. Oi, Fabiano! Este livro parece ser mais seu tipo de leitura. Parece ser bastante envolvente, né? Abraço!

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    1. A estória funcionou muito bem pra mim. Porém, o feedback que dei ao autor, apesar de ele ter sido super gracinha comigo, percebo que não o agradou. Normal. Ahah...

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  2. Na entrada lateral do Assaí da 13 de maio, tem quase sempre um senhor, bem vestido e tal, que fica vendendo livros de sua autoria, de poesias. Chega a ser tocante nos dias de hoje.

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    1. Uai, de vez em quando passo por ali. Se vir ele, vou dar uma olhada, normalmente acabo comprando alguma coisa pela curiosidade ou pra apoiar. Valeu a dica.

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