sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Reflexões - Dias Estranhos

...Preste atenção ao que eles dizem, ter esperança é hipocrisia.
A felicidade é uma mentira, e a mentira é salvação.
Beba desse sangue imundo e você conseguirá dinheiro.
E quando o circo pegar fogo, somos os animais na jaula.
- Mas você só quer algodão-doce!...

...A escuridão ainda é pior que essa luz cinza, mas estamos vivos ainda.
Quem sabe, um dia, eu escreva uma canção pra você....

Renato Russo - Legião Urbana


Quando era pequeno, adorava revistas em quadrinhos chamadas de gibis, compradas em bancas módicas de jornais e revistas - eram tantas opções, que eu ficava hipnotizado e pensava que quando fosse grande e tivesse meu próprio dinheiro iria comprar todas. 

Na adolescência, vieram os livros de Agatha Christie, Paulo Coelho e alguns outros. Era gostoso ler os mistérios, as ações, os diálogos e os sentimentos dos personagens naquelas histórias. Lembro que me espantei com o narrador dizendo que tal homem velho tinha um câncer no cu - isso em "O sorriso do lagarto", de João Ubaldo Ribeiro, cuja história em si já nem me lembro mais, só que me marcaram alguns palavrões, por se tratar de um autor recomendado pela nossa literatura brasileira. 

Li as aventuras de Tom Ripley, que muitos só conhecem em filmes, assim como um livro do 007 e um foguete, algo assim, pois me lembrei que me deu uma vontade imensa de passar para outro título. Ah, Ah!

O primeiro que comprei foi "Labirinto da Morte", de Philip K. Dick, em oferta no Carrefour, nos primórdios de sua existência na cidade. Marcou-me o feito, pois vim de um lar onde aprendemos que não se compra livros, que são perda de tempo, dinheiro jogado fora. Eu suprimia minha vontade em comprar um livro, então esse momento foi especial - eu me senti um transgressor.

Hoje ainda leio muito. Compro quase nada. Tenho muita coisa aqui. Já faz uns vinte dias ou mais que não leio nada, até estou em falta com alguns blogs de alguns amigos. Dos quadrinhos, afastei-me de vez. Perdi o gosto.  

Mas esta não é uma postagem literária. É uma posstagem sobre motivação. Falta-me motivação, vontade, entusiasmo. E isso não é apenas sobre ler coisas, é sobre a vida em geral.

Arrumar certa graça na minha existência anda cada vez mais difícil. Eu sei que está difícil para todo mundo e tenho motivos de sobra para agradecer a Deus, todo santo dia, pelo meu corpo perfeito e meu estado de saúde atual. Deus sabe o quanto agradeço o que tenho. Cristo também. 

E aí não posso nem me dar ao luxo de reclamar direito, sabendo que tem gente em piores condições que eu. Não reclamo, mas vivo. E o fato é: está tudo muito sem-graça. A vida é assim, então: a gente tendo dias e mais dias de tensão e estresse convivendo com nosssos familiares, por motivos bobos: o hábito de comprar coisas desnecessárias, de não conseguir pagar uma conta porque gastou naquilo que foi desnecessário, a marca ruim do pote de maionese, a comida que leva muito tempo para ficar pronta, o lanche que é degustado de qualquer jeito, deixando farelos e sujeiras onde não se deve, a tampa do vaso sanitário que, mais uma vez, está do jeito que não deveria... Coisas aparentemente pífias que, acumuladas, têm o poder até de acabar com um longo relacionamento, ou fazer o indivíduo se convencer de que não tem mais pelo que viver.

Uma coisa estranha toma conta. É complicado falar sobre isso, pois não se trata de um vazio, pois vazio não é. É, muitas vezes, o tempo preenchido de maneira que não me deixa nada contente ou, no mínimo, me traz uma sensação de satisfação morna, xoxa, branda, quase que apática, podendo-se chegar a algo realmente apático em muitos momentos. 

"Fulano morreu."
 E daí? Se bobear, começo a rir. 

"Fulana  está doente. É grave."
Ela que se trate. E eu com isso? E é bom ela ir atrás de se tratar logo, porque morre mesmo. 

Encontro com algum amigo - o que costumava ser um passatempo alegre, interessante, envolvente, bebendo alguma coisa, jogando conversa fora, feliz da vida, cheio de expectativas sobre a vida, agora tornou-se um "hoje não", "deixa pra depois", prefiro falar com as pessoas pela internet, a encontrá-las pessoalmente. 

As pessoas estão complicadas. E as coisas chegam a um ponto em que elas nem se acanham mais, não se constrangem nem lamentam por estarem complicando a minha vida. Parece que tornou-se um hábito. Como superei, elas interpretam que aceitei, então fazem de novo, ou arrumam outra complicação até pior em relação à anterior, e ficam esperando eu lidar com isso, sendo que nem seria problema meu. É o que escrevi há pouco, elas nem se contrangem, elas se acostumam e trazem mais. E aí, por mais que a gente ame essas pessoas, a vontade que se tem é de largar tudo, simplesmente abandonar tudo e sair com a roupa do corpo a esmo, completamente sem rumo, talvez em busca de uma montanha qualquer, suficientemente distante e imponente para se tornar inacessível aos que pensassem em vir me procurar. Sem celular, sem dinheiro - se bobear, sem roupas, sem cuecas, pois, não haveria ninguém para se importar mesmo. Talvez o beijo da aranha revelar-se-ia menos tóxico que a convivência com os chegados - a aranha que descobrir-se-ia por acaso transitando em cima da cabeça do meu pau agridoce, enquanto eu dormia sem sequer conseguir sonhar, pois há tempos não me lembro aonde vou após o embarque no cruzeiro de Morfeu - ou na barca do inferno, quem sabe?

Ao contrário de algumas pessoas, ainda não enlouqueci a ponto de tomar grandes atitudes. Não sei se é uma dádiva ou uma maldição ser dotado de uma capacidade de autoanálise constante e compreensão, pois isso me torna um ser pacato, frio e inoperante demais. Quando sinto que algo me incomoda muito e me deixa desgostoso, desgastado e quase adoentado, trato logo de arrrumar um meio de me distrair um pouco com o que quer que seja. Vale até sair para andar um pouco, mesmo sabendo que não resolve o problema, mas diminui-se um pouco a intensidade do veneno para aquele momento. 

Muitas vezes é assim que faço com a Internet: utilizo-a para me entorpecer. Há quem se entorpece com pó (os mais burros), com álcool (ao menos, esses desfrutam de algo bom), com comida (a maneira mais gostosa de se matar, mas deve ser a mais lenta e não menos humilhante). Eu prefiro me entorpecer com a Internet. A Internet me ajuda a sorrir, a me distrair. Não. Ela não tem o poder de mudar meu mundo como em um passe de mágica. Ela me traz uma sensação mais suportável, às vezes até agradável. Sei que é ilusória, mas parece que tudo o que realmente importa na vida também é. 

Como li dia desses em um blog vizinho e me lembrou do personagem Gaguinho (Looney Tunes): "That´s all, folks!"

Traduzindo: "E-então é isso, pe-pe-pessoal!".

A qualquer momento eu volto.

17 comentários:

  1. Bicho, isso é coisa que eu acho que todo mundo passa de vez em quando. Já passei. Me ajudou muito ler o livro "Em Busca do Sentido" de Viktor Frankel, psicanalista judeu que sobreviveu a um campo de concentração. Ora, campos de concentração... Que vida poderia haver depois dele aos que sobreviveram? Mesmo assim, muitos continuaram suas vidas e encontraram sentido para elas.
    Eu tenho uma filosofia de vida: não me preocupar com coisas pequenas (como as que você citou), fugir de problemas e saber lidar com os problemas que não posso fugir. No mais, é fazer o que gosto, o que me dá sentido: conversar com meu filho, com minha esposa, ler (não consigo passar um dia sem ler nada), escrever, assistir filmes e séries (sou meio nerdola) e ainda leio gibis(basicamente os antigos pois os de hoje estão ruins mesmo, muita lacração woker).
    Mas cada um precisa encontrar sua fórmula de viver bem a vida, é algo pessoal e intransferível. Eu tenho a sorte por exemplo, de gostar muito de ficar em casa, diferente da minha esposa que gosta de sair, aí eu tenho que equilibrar.
    Agora, se esse sentimento é pleno, todo dia, muito tempo, e isso te faz escrever textos como este, é aconselhável terapia. (a leitura de Vicktor Frankel já ajuda muito, creio)

    E salve Legião Urbana!

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    1. "...Me ajudou muito ler o livro "Em Busca do Sentido" de Viktor Frankel..." - li o livro uma vez quando eu tinha, sei lá, uns 20 anos. Fui a um psicologo/psiquiatra e após a primeira e única consulta saí de lá com uma recomendação do livro. Ele é bem fininho e não achei lá grande coisa na época. Aliás, na minha juventude eu tive experiências com psicólogos o suficiente para saber que ali não é meu caminho. Que bom que te faz bem. Para mim, são inúteis.

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    2. "...Eu tenho uma filosofia de vida: não me preocupar com coisas pequenas (como as que você citou)..." - pois saiba você que coisas importantes se acabam por causa de várias coisinhas consideradas sem importância e por isso sãodeixadas pra lá. Dificilmente um relacionamento acaba pura e simplesmente devido a uma noitada com outra pessoa. Mas quando se tem alguém folgado, relaxado, acomodado, vagabundo, mal-educado, mal-humorado... nem precisa a pessoa "trair" para a outra querer chutar o balde.
      Quais gibis você gosta de ler? Fiquei curioso.

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    3. "...se esse sentimento é pleno, todo dia, muito tempo, e isso te faz escrever textos como este, é aconselhável terapia..." - jamais farei terapia, psicologia deveria ser uma profissão extinta para determinadas circunstâncias. Tenho conhecidos psicólogos, já fui a eventos rodeados por psicólogos. Não confio. Alguns são até ruins de raciocínio.
      Não se preocupe, tio Dudu. Eu escrevo essas coisas desde o blog Socializando, que existiu sei lá, uns dez anos atrás, talvez. E antigamente eu era bem mais, digamos, intenso, ferido e menos ponderado.
      Um abraço ❤️

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  2. Estou me sentindo a própria Glória Pires na cerimônia de premiação do Oscar: "Não sei o que dizer", mas li com profundo interesse tudo o que escreveu. E pretendo ler outra vez.

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    1. Seu comentário sincero é o bastante. Obrigado pela presença.

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  3. Olá, fabiano.

    Postagem que me fez lembrar do primeiro Socializando, que conheci na época do Orkut. Belo post. Essa é a graça dos blogues: esse intimismo.

    Estava trabalhando como um jumento até agora e sempre paro para ver alguns blogues antes de desligar o PC. Sou muito apegado a PC. Não consigo ler meus sites em celular. Bobagem, parece, mas sou assim.

    Sei de cor sua jornada de jovem leitor até os dias de hoje. Recordo quando você me falou de livros como O sorriso do lagarto e Labirinto da Morte. Mas não sabia que já tinha lido algo do vilão Tom Ripley. Novidade para mim.

    Sobre “Perdi o gosto”… Perdi o gosto por muitas coisas. Ex.: comprar livros e gibis. Mas ainda os leio, seja relendo o que possuo ou o no meio digital. E acho isso bom: perdi o fetiche do papel impresso. No seu caso, creio ser momentos. É isso. Depois talvez você sinta muito prazer em ter em mãos, novamente, um formatinho: Disney, MSP, Luluzinha etc. Sinto que perdi o gosto por cinema. Não vejo mais quase nada de novos filmes e só assino Netflix por minha família. Tb não gosto mais de ir a cinemas. Tenho até pavor, aliás.

    “É complicado falar sobre isso”. Sim, sempre é. Pq não sabemos o que mudou, como mudamos, e onde se deu essa virada de chave. É como se um estranho tivesse tomado conta de nossa mente. Melhor nem pensar nisso a fundo. Deixa a vida nos levar. Gosto de levar para mim a mensagem final do gibi David Boring:

    “Estamos tentando viver em paz, sem arrependimentos ou apreensões, preocupados em viver o presente em vez de um futuro imaginário.
    Aceitamos graciosamente este final feliz, o reconhecemos desta forma: um bolsão suspenso de calmaria entre o clímax e o esquecimento.
    Depois de tudo, o que mais poderíamos esperar além de algumas semanas perfeitas antes que as cortinas se fechem?
    Acredite em mim, sou grato por cada segundo.”

    Sobre “Talvez o beijo da aranha revelar-se-ia menos tóxico”… sei não. Não imagino como seja entre gays. Mas as mulheres aranhas só foderam minha vida, até hoje.

    Sobre: “ainda não enlouqueci”. Eu, sim. Me fiz essa auto análise por meses e concluí que estou maluco e resolvi me aceitar como tal.

    “That´s all, folks!”

    Renato Russo... saudades!

    Abraços!

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    1. Olá, meu caro. Bons tempos os do blog Socializando. Talvez algo em nossa essência nunca se vá, então conseguimos mostrar isso raramente em alguns momentos (como este).

      Sobre PC ou celular, a mim tanto faz. Preciso de óculos, urgente.

      Sobre isso, um estranho tomando conta da nossa mente, é bem isso. Achei muito bem explicado.

      A questão da aranha, eu me referi ao inseto mesmo, como sendo menos venenoso que muita gente. Um delírio meu.

      Você não enlouqueceu. Apenas não suporta mais arcar com os resultados das escolhas que fez. A vida é assim. A gente escolhe coisas e comete ações de acordo com essas escolhas. O resultado vem depois. Para todo bônus há um ônus.

      Mantenha-se calmo. Pense em quem tem problemas iguais ou piores e não tem os ônus que você possui como suporte para lidar com tudo isso. Você verá que terá motivos para se achar sortudo, ainda. Não estou invalidando sua dor. Estou tentando fazer você encontrar forças para seguir em frente, tentando lembrá-lo de coisas boas das quais ainda pode desfrutar para se fortalecer.

      Muito obrigado pela visita e pelo comentário bastante importante e reflexivo.

      Um abraço do gordo ❤️

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  4. Oi, Fabiano! Acredito que todos sem exceção passam por situações como essa que você está experienciando no momento. Em geral a vida é dinâmica, ou seja muda de segundo a segundo, isto pressupõe que nossos hábitos também mudem com o passar dos anos. Eu por exemplo quando era adolescente adorava jogar jogos de videogames. Passava horas e horas jogando quando não estava lendo. Hoje em dia eu ainda jogo, mas com pouca frequência, pois envelheci e não tenho mais aquela empolgação para jogos eletrônicos. Quanto ao hábito de ler continuo lendo bastante. Leio nem que seja um continho, um poema, uma crônica, uma novela, ou até mesmo início um calhamaço. Estou certo de que, só deixarei de ler quando não estiver mais por aqui neste plano terreno. Vejo que você está passando por mudanças tanto no seu corpo quanto na sua maneira de enxergar as variantes deste mundo. Meu conselho para você é não se preocupe tanto com o que virá amanhã. Sei que todos nós, incluindo eu, você, seus amigos temos uma ansiedade muitas vezes doentia de prever o futuro. Queremos de antemão adivinhar como será o nosso esperado dia de "amanhã". Viver dessa maneira não nos faz bem e você e todos nós (deveríamos saber) disso. Esse detalhe fará toda diferença. Acredite e faz mesmo. Lhe digo isso por experiência própria. Eu era uma pessoa ansiosíssima ( principalmente quando adolescente) talvez pelo fato de ser imaturo, um moleque que aprendeu a voar e já querer sair do ninho e voar voos longínquos sem ajuda de ninguém. Tudo tem o seu tempo. Uns chamam de "tempo de deus", outras pessoas chamam de outros nomes e por aí vai, uma vez que, existem várias religiões que defendem o seu lado, e vendem o seu peixe como sendo o mais saudável e o correto a ser seguido. O fato é que estamos num momento transitório interplanetário importantíssimo no mundo globalizado em que vivemos, sendo assim todos nós estamos experienciando uma certa "sensação estranha" pairando no ar. Talvez tudo o que eu diga seja baboseira de um sujeito introvertido e estranho assim por dizer, contudo é o que tenho observado nesses últimos meses. Você tem notado que o presidente Luis Inácio Lula da Silva anda um tanto polido e calminho demais para os seus padrões? E a situação na Venezuela? Você soube da última daquele que governa aquele país? Pois é! Sinto que acontecerá algo catastrófico muito em breve vindo por aí. Não quero lhe alarmar com isso meu caro, saiba que, é apenas uma suposição, uma "sensação estranha" que venho sentindo através de minha percepção. Ademais viva sua vida como tem vivido até agora. Viva-a com o coração e consciência leve. Procure fazer o bem sem olhar a quem, embora em alguns momentos seja difícil fazer o bem, principalmente aos mais próximos de nós, ou seja nossos familiares. É isso o texto já está ficando extenso demais. Confesso que é um defeito deste que vos escreve. Quando começo a escrever em geral não sei a hora de parar. Bom feriado e bom fim de semana. Abraço!

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    1. Oi, Luciano, gosto muito de seu texto. Incrível como você escreve bem aqui. Deveria ser assim sempre. Simplesmente perfeito. Suas dicas são ótimas, eu já procuro colocá-las em prática e penso mudanças ocorreram por causa disso. É bom, mas assusta e nem sempre se sabe como lidar. A gente tem dias em que simplesmente não quer saber de muita coisa, daí vem uma certa vulnerabilidade à ansiedade e outras coisas da mente.
      Sobre a política, Lula está polido demais. Se o comportamento dele é maravilhoso no discurso que apresenta em eventos mundiais, o mesmo não acontece aqui dentro. Mas não se engane, ele ainda é o mesmo Lula. Também tenho a sensação de que algo marcante está para acontecer, assim como essa coisa de transição também vem proporcionando coisas novas e ainda virá muito mais. Quem se adaptar se sairá melhor. Quem relutar e exigir os tempos de antigamente experimentará dissabores. Vamos vivendo e aguardando o que está por vir.
      Um abraço, Luciano. Adorei seu comentário. Eu estou bem, um tanto desorganizado, querendo retonar a leitura, mas ainda impossibilitado e sem saber onde começar, pois tenho muitas opções.

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    2. Fico aliviado em saber que você está bem, embora às mudanças possam lhe assustar, pois mudanças em geral podem assustar mesmo. Com o passar dos dias a mudança que lhe assusta hoje tornar-se-á comum amanhã, então você estará adaptado com elas.

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    3. Sim, Luciano, tem roda razão.
      Muito obrigado pelo seu carinho.

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  5. Se você não confia em psicólogos, beleza, eu também não confio muito...também nunca fiz terapia e acho que não faria, sou o meu próprio terapeuta. Por "coisas pequenas" não me referia exatamente a ser relaxado, acomodado, etc. Mas alguém que se estressa porque a pasta de dente começou a ser apertada pelo meio e não por baixo, tem mesmo que morrer...

    Comecei a ler gibis muito pequeno, lá pelos 5 anos. naquele tempo era Bolinha, Gasparzinho, Brasinha, nesse nível. Depois passei para os heróis da Marvel e Dc, Homem Aranha e Batman eram (e ainda são) meus preferidos. Mas li muita coisa diversa: Kripta, Mad, Ferdinando, Tex, Zagor...aliás ainda tenho várias edições do Tex e algumas dezenas de encadernados da Marvel e DC. Hoje leio menos quadrinhos, não sigo os atuais, quando quero dar uma espiada no que está rolando baixo da internet. mas tá tudo ruim.

    Achei o livro Em Busca de Sentido muito bom. Talvez você o tenha lido muito jovem. Leia outra vez (se não voltou a ler). Acho a logoterapia uma abordagem bem interessante, junto com a psicanálise de Jung.

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    1. O livro dele ensina que a pessoa deve se ocupar, não inporta como. Eu tenho essa perspectiva. Mas quando li aquilo pensei nas pessoas que não tem. Além do mais, a história não aborda nada direto, como uma ajuda (faça isto, faça aquilo). Não. É um relato, apenas. Daí a pessoa lê e pensa "Tá bom, modafoca, e daí?". Se eu achar o livro, darei sim uma lida. Eu tive ele até bem pouco tempo. Não sei onde foi parar. Foram 20 anos ou mais comigo, mudando de casa, de lugares onde ficava guardado e tudo mais.
      Também li desde pequenininho. A diferença é que você evoluiu e eu sempre fiquei nos infantis. Até tenho Batman e Homrm-Aranha, mas é uma coisa ou outra. Tex está com tamanho maior hoje em dia, o que considero bom, pois tenho algumas revistas, aqui, que minha presbiopia não me deixa ler.

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    2. Pelo que lembro , o livro tem duas partes. Na primeira ele relata sua experiência no campo de concentração e na segunda, ele aborda a sua abordagem psicológica da logoterapia. A logoterapia é exatamente para quem não tem perspectiva alguma da vida, no sentido de que deve encontrar um sentido para ela.

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    3. Não me lembro ao certo. Lembro que não vi nada que atendesse minhas expectativas. É um livro bem fino que, quanto mais eu lia, mais eu não via sentido nenhum pra mim. Pra falar a verdade, eu nem lembro se li até o final, pois o teor meio que justifica, por exemplo, que faça coisas ruins apenas para não se entregar ao vazio perigoso da devastadora inércia mental. Pode ser um bom livro que na época não serviu pra mim. Não há exatamente uma história do que ele passou sendo contada, talvez eu esperasse ver isso - há um tipo de linha de raciocínio apresentada por um homem que usa esse lobby para obter validação. De repente o cara pode ter sido até um cachorro... Será que vale tudo para não se render a um estado de depressão? Será que vale mesmo tudo para sobreviver em meio a uma condição extrema? Não sei. Não houve conexão na época.

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